Não se está na casa,
à meia luz,
não se está na casa:
não se vê o número na parede.
No lusco-fusco,
não se está;
que se toque
na pedra branca,
arenosa,
que se sintam, lentamente,
esparramando a palma da mão,
recuos ao infinito,
que se arranque com as unhas
prova calcada de sua presença
em farelos;
não está.
Suspenso na despedida,
o sol obriga ao catavento,
entre arabescos na varanda,
a rarefação de cada sílaba,
rente ao muro,
do visitante quase familiar:
“nunca
se está”.
Na casa,
não.
Apenas.
Felipe Bier Nogueira é roseano, apesar de torcer pelo Palmeiras. Não, não é verde-rosa da Estação Primeira de Mangueira do Carnaval carioca. Se ele sai fantasiado lá não sabemos, somente que sai no bloco da Oito Mãos, enquanto segue publicando enredos poéticos em Nowhere Land.
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