- Hoje a Espanha venceu a Alemanha, filho, um a zero. Estão na final pela primeira vez na história das Copas. – me disse meu pai, que não gosta, e se acompanha alguma coisa de futebol é bem de longe.
- Um a zero, sim, pai. Mas foi quarta, anteontem. Não????- Não, não. Foi hoje de manhã, acompanhei o finalzinho.
Um domingo qualquer passado, não importa a data específica, domingos são quase todos iguais, a única diferença entre eles é se está chovendo ou não, basicamente, saí da frente do computador para a frente da TV procurando “algo”. Encontrei uma final de basquete com equipes nacionais. Como não acompanho o esporte, só me lembro de alguns jogadores mais conhecidos, ou de um ou outro técnico, e como o jogo tinha alguns conhecidos, pra mim, resolvi ver até o final. Faltavam apenas três minutos e a diferença de pontos era de dois pontos entre uma equipe e outra. Mas três minutos numa partida de basquete podem durar quase uma eternidade, não foi diferente naquela tarde. Já ia pra mais de meia hora e eu ali, “cheio de coisas pra fazer”, porém, eletrizado na frente da TV com o emocionante final da partida. Cada falta, cada arremesso livre, cada acerto, cada erro, cada tempo técnico, e eu ali, preso, atento. Nervoso, mudava de sofá, ia até a cozinha rapidamente procurar alguma coisa pra comer e voltava correndo. Que emoção, que expectativa!
Enfim, chegam os últimos segundos, e a posse de bola fica com a equipe que estava dois pontos atrás do placar... era a partida decisiva... e com dois passes muito rápidos, um jogador arremessa a bola do meio da quadra em direção a cesta... se caísse, era a virada, era o título, a consagração... ... ... a torcida do ginásio ficou em silêncio por milésimos infinitos, torcendo para a bola não entrar, já que sua equipe estava a frente no placar... e a bola não entrou!
EXPLOSÃO!Fico de pé na sala de casa, vejo um jogador chutar a bola em direção a torcida, comemorando!
- Ufa!
- Ah, você viu que legal este jogo, Hugo?! Eles foram campeões com a maior emoção. – vira minha irmã, a dois metros de mim, de costas para a TV e até então com os fones na frente do computador dela.
- Nossa, muito louco! Fiquei mó na tensão aqui, que dahora esse jogo!
- É, o técnico campeão tinha avisado, no último “tempo-técnico”, que eles não teriam a posse de bola no último lance, que teriam que marcar tais e tais atletas, e que não poderiam mais errar nenhum lance livre, porque poderiam perder o jogo no último arremesso dos adversários. Como aconteceu, perderam um arremesso livre e ficaram, no fim, apenas dois pontos a frente.
- Ah, você estava acompanhando também, não percebi. Pelo computador?- Não, Hugo! Esse jogo foi hoje de manha! Isso é uma reprise!!!
- (...)
- Ahahahauhauhauhauha
- (...)
Foi tão emocionante, era como um filme de ação, no cinema, só que diferente porque era “real”, oras! Estava acontecendo bem próximo aos meus olhos, tudo aquilo, aquela expectativa diante da incerteza, da possibilidade de tudo mudar...
Mas era apenas uma reprise...Outros diálogos que já coloquei aqui não eram reais. Mas hoje não, pois meu pai me mostrou que, de alguma forma, existem muitas, muitas coisas hereditárias...
3 palpites:
Señor Hugo, tivemos uma conversa ontem ou antes sobre esse tal fato, não o seu, pessoal, mas o fato de conseguir torcer em uma partida que é uma reprise caso não se saiba ou mesmo sabendo que é reprise não se saiba do resultado. Confirmado: a imagem e o desconhecimento dos fatos nos levam a crer que a emoção seja a mesma e que podemos influir em tal resultado. Genial!
Meninos,
andei escrevendo um post sobre lugares pra comer em Campinas. Vale linká-lo aqui? Dêem uma olhada: www.mulheralternativa.net
Beijão!
Caro Hugo, diria eu que o fato de não sabermos de um resultado, ou de não imaginarmos que aquilo já aconteceu, não é um caso único. Por acaso já viste uma reprise em que até os resultados já são sabidos, e mesmo assim a emoção tomara conta?
Pois é... acontece. Não tem hereditariedade que explique XD
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