RES COGITANS
Desequilíbrio
Escorregadio.
As sereias cantam
Em hirtas cordas:
‘Ego sum’.
O caos enlaça os dedos
Nos cabelos;
Num golpe brusco
Arremessa o crânio
Ao chão.
Na nuca pensa,
O vapor do vazio
Escapa ao bueiro,
Sussurrando:
‘Ego sum’...
Migalha.
Monolito.
Sou o Deus à revelia.
Felipe Bier Nogueira é o poeta Nowhere Man de Nowhere Land. Migrou de hospício recentemente, quando trocou o IFCH pelo IEL da Unicamp, fazendo inveja aos amigos e mestrado em Teoria Literária. É voz e baixo da banda Oito Mãos, que lança o primeiro Cd, Vejo Cores Nas Coisas, dia 21 de junho na Livraria Cultura de Campinas.
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Se você também quer participar de nossa Coluna do Leitor, basta enviar seu texto (conto, crônica, crítica cultural, poesia, etc, enfim, qualquer coisa, mas não force a amizade, por favor, desde que seja "qualquer coisa" legal! Exatamente, somos bem precisos quando temos que especificar algo... - risos!) para misturaindigesta@gmail.com
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2 palpites:
Como disse o Felipe, pra "aproveitar" o DÚVIDA, do Lucas Andrietta, o poema acima parece recolocar a incerteza de um sujeito visto sempre como "seguro", como pode lembrar o citado cartesianismo, cuja dúvida metódica aponta para um racionalismo bastante equilibrado, possivelmente.
Puxando a conversa "pro meu lado", o 'Deus à revelia' me pareceu o Rodrigo S.M. que, assistindo a Macabéa, sente
"O caos (que) enlaça os dedos
Nos cabelos;
Num golpe brusco
Arremessa o crânio
Ao chão."
Por fim, vendo-se
"Migalha.
Monolito."
Valeu, Felipe!
Abraços
Muito lindo o poema...Em especial o último verso...
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