segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Quem é Banksy?

. . Por Thiago Aoki, com 2 comentários






Em uma livraria megastore, de um conhecido shopping de Campinas, durante o caos pré-natalino que o estabelecimento se encontrava, deparei-me com um livro cuja capa e título chamaram-me atenção: “Banksy – Wall and Piece”. Por mero prazer de fuçar, abri o livro pelo meio, em uma página qualquer e encontrei a imagem abaixo.




Aquela imagem era famosa e perpetuara-se através de blogs e entidades subversivas, contestadoras do status-quo, mais eu não sabia quem afinal era seu autor, Banksy. Continuei a folhear as páginas e a cada desenho ou intervenção artística me impressionei mais e mais com o artista. “Preciso divulgar isso”, pensei. E, logo fui à pesquisa – é claro, sem ter em mãos o exemplar não tão caro do livro, afinal, final de ano é quela pindaíba.

Do Wikipedia: “Nascido em Bristol, Banksy, aos 14 anos, foi expulso da escola e preso por pequenos delitos. Sua identidade é incerta, não costuma dar entrevistas e fez da contravenção uma constante em seu trabalho, sempre provocativo. Os pais dele não sabem da fama do filho: ‘Eles pensam que sou um decorador e pintor’. Recentemente, ele trocou 500 CDs da cantora Paris Hilton por cópias adulteradas em lojas de Londres, e colocou no parque de diversões Disney uma estátua-réplica de um prisioneiro de Guantanamo.” Preferi a definição do site João Ramos: “O Banksy é um artista urbano que cozinha problemáticas sociais até elas se transformarem em arte. Ninguém sabe, ao certo, quem ele é, mas conhece-se um sem número de stencils e graffitis satíricos e um punhado de intervenções, como quando colocou, clandestinamente, obras suas no Louvre, ou quando pintou a barreira de West Bank em Israel”

Notei que podemos depurar do “artista guerrilheiro” - categoria pela qual seus milhares de fãs virtuais pelo mundo o denominam - alguns tipos de linhas em seu trabalho. Alguns, como as figuras abaixo, são metalingüísticos, brincam com a ideia do que significa fazer um grafite e de questionar arte tradicional.






Outros, criticam a sociedade de consumo e do espetáculo, na qual a inserção do indivíduo dentro do status significa a exclusão da maioria da população. E, por fim, as figuras mais diretamente políticas, com relação especial com a polícia e os políticos. Símbolos como ratos, crianças e flores são também recorrentes, o que nos leva a uma perspectiva além do imediato.









Observa-se também a linha do pessimismo norteando as imagens e intervenções, mas não um pessimismo totalitário, niilista. É um pessimismo a la Walter Benjamin, que provoca e nos instiga a pensar um mundo para além das relações de dominação, ainda que seja empequenos traços na parede. O leitor atento pode perguntar: mas o cara critica todo o sistema de espetáculo e vende livro em shoppings centers? As duas únicas respostas que posso dar é que criticar o sistema não o isenta de pertencer a ele e que o único homem totalmente coerente, acabou morrendo na cruz.

Se você gostou, conheça mais sobre Banksy em seu site oficial.


2 palpites:

A linguagem está muito melhor, mais solta, mais leve e intimista. O post está com bom conteúdo, mas a formatação está bem tosca...digo, ainda não sabemos postar direito, as imagens não ficam simetricas, umas maiores que as outras...
Quer saber, está ótimo!
Abraços

Paguei muito pau pra esse post e pra esse cara. Muito bom!

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