Sou magrelo, quase sempre fui. Para não expor as costelas, sempre tive vergonha de ficar sem camiseta. No colégio, eu era zoado por isso. Por que fazer piada de magrelo pode e de gay não?
Depoimentos como esse tem pipocado nas redes sociais esses dias, incentivados pelo discurso de Levy Fidelix no último debate de candidatos à presidência. Mas será que fazem sentido?
Fazer piadas ofensivas com gente magra (ou com nerds, com a orelha ou a cor do cabelo do colega ) é um problema, sim. A ele damos o nome de bullying. É um problema principalmente na adolescência, porque pode levar à não aceitação da própria personalidade, à depressão, à violência e ao suicídio. Isso não significa o fim das piadas. Significa apenas que é preciso pensar na pessoa que é alvo da brincadeira. Ela está gostando? Há piadas que são feitas no intuito de incluir alguém em um grupo e zoeiras feitas com o sentido de humilhar, desumanizar e excluir.
Mas isso é bullying, não é preconceito. São coisas diferentes porque magros não constituem uma minoria social. Isso quer dizer que, no Brasil, as pessoas que estão com Índice de Massa Corpórea abaixo da média não são mais assassinadas do que as com peso ideal, eu não sou mais abordado pela polícia porque sou magro, não desconfiam que eu estou roubando uma loja porque minhas costelas estavam aparecendo na camiseta. Quando eu uso o banheiro em um restaurante, não tenho o constrangimento de pessoas me olhando com medo, as pessoas não mudam de calçada para evitar cruzar com um magro. Não há comunidades que se propõem exterminar todos aqueles que estão abaixo de um determinado peso. Ninguém acha que magros criam mal seus filhos, portanto, não tentam negar o meu direito de ter filhos ou de adotá-los. Não me é negado o direito de herança ou de financiar uma casa com outra pessoa porque somos um casal de magros. Não acham que eu estou me prostituindo se fico esperando um ônibus só porque sou magro, não me negam empregos porque o peso na cadeira é leve demais. Não há grupos que digam que eu estou pecando por ser magro, que digam que ser magro não é a vontade de Deus. Não apanho na rua porque sou magro.
Em outras palavras: ninguém nega a minha humanidade, meu direito à vida ou meus direitos civis por eu ser magro.
Se eu fico sustentando o discurso de que eu também sofro porque sou magro e de as minorias se fazem de coitadas, eu coloco tudo em pé de igualdade, como se as consequências fossem iguais em todos os casos. Não são.
É por esse mesmo motivo que não faz sentido falar em orgulho hétero, usar camisetas “100% branco” ou dizer que homossexuais e transexuais estão de mimimi. O problema do preconceito é que preconceito mata.
Depoimentos como esse tem pipocado nas redes sociais esses dias, incentivados pelo discurso de Levy Fidelix no último debate de candidatos à presidência. Mas será que fazem sentido?
Fazer piadas ofensivas com gente magra (ou com nerds, com a orelha ou a cor do cabelo do colega ) é um problema, sim. A ele damos o nome de bullying. É um problema principalmente na adolescência, porque pode levar à não aceitação da própria personalidade, à depressão, à violência e ao suicídio. Isso não significa o fim das piadas. Significa apenas que é preciso pensar na pessoa que é alvo da brincadeira. Ela está gostando? Há piadas que são feitas no intuito de incluir alguém em um grupo e zoeiras feitas com o sentido de humilhar, desumanizar e excluir.
Mas isso é bullying, não é preconceito. São coisas diferentes porque magros não constituem uma minoria social. Isso quer dizer que, no Brasil, as pessoas que estão com Índice de Massa Corpórea abaixo da média não são mais assassinadas do que as com peso ideal, eu não sou mais abordado pela polícia porque sou magro, não desconfiam que eu estou roubando uma loja porque minhas costelas estavam aparecendo na camiseta. Quando eu uso o banheiro em um restaurante, não tenho o constrangimento de pessoas me olhando com medo, as pessoas não mudam de calçada para evitar cruzar com um magro. Não há comunidades que se propõem exterminar todos aqueles que estão abaixo de um determinado peso. Ninguém acha que magros criam mal seus filhos, portanto, não tentam negar o meu direito de ter filhos ou de adotá-los. Não me é negado o direito de herança ou de financiar uma casa com outra pessoa porque somos um casal de magros. Não acham que eu estou me prostituindo se fico esperando um ônibus só porque sou magro, não me negam empregos porque o peso na cadeira é leve demais. Não há grupos que digam que eu estou pecando por ser magro, que digam que ser magro não é a vontade de Deus. Não apanho na rua porque sou magro.
Em outras palavras: ninguém nega a minha humanidade, meu direito à vida ou meus direitos civis por eu ser magro.
Se eu fico sustentando o discurso de que eu também sofro porque sou magro e de as minorias se fazem de coitadas, eu coloco tudo em pé de igualdade, como se as consequências fossem iguais em todos os casos. Não são.
É por esse mesmo motivo que não faz sentido falar em orgulho hétero, usar camisetas “100% branco” ou dizer que homossexuais e transexuais estão de mimimi. O problema do preconceito é que preconceito mata.
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