Uma cena (ver abiaxo) de um quadrinho da Turma da Mônica, mais especificamente da Revista da Tina, edição número 6, na página 20, vem causando alvoroço na internet e nos bastidores dos quadrinhos. Isso tudo porque nossa querida Tina (figura que permeou no imaginário pré adolescente da geração anos 90) ao ser questionada se estaria traindo o namorado, nega: “O Caio pra mim é como um irmão”. Por sua vez, Caio, o acusado de “furar os olhos” do namorado de Tina diverte-se com a situação “Não precisa se preocupar. Eu sou comprometido”, “Não é? Fala aí pra eles”. A polêmica toda seria por conta de que Maurício de Sousa ter criado seu primeiro personagem gay.
Em nota à imprensa, numa posição ambígua, o próprio Maurício de Sousa afirma:
“A revista Tina é uma nova publicação dirigida a um público adulto jovem. Não tem nada a ver com a Turma da Mônica ou o público infantil ou infanto-juvenil (Turma da Mônica Jovem). E a história que está provocando celeuma deve ser lida e interpretada pelo leitor. Lida a história, feita a interpretação, daí sim, comentários e criticas poderiam ajudar para falarmos a língua de uma sociedade esclarecida. Lembrando que publicações dirigidas a faixas de idade diferenciadas podem e devem tratar qualquer assunto de maneira adequada ao seu leitor. Na TV, no cinema, nas revistas das bancas, há a separação por faixa de idade. Por que não haveria na nossa vasta galeria de publicações? Mas uma coisa vai se manter em TODAS as nossas produções: o respeito pelo ser humano. Pela pessoa. E a elegância no trato de qualquer tema”
Vale lembrar que Maurício não mais escreve ou desenha as histórias, mas é supervisor de todas elas. Entretanto, muito me estranha sua nota ter como cerne a justificativa da divisão etária. Como se a homossexualidade fosse imoral aos olhos dos mais novos.
Os "ilustrados" da sociedade brasileira, em episódios como este, ou como a da estudante expulsa por utilizar um vestido curto mostra uma crise de falso moralismo não visto há tempos. Como um amigo me disse, Nelson Rodrigues deve estar se contorcendo em gargalhadas dentro do caixão. Já quesitos muito mais cruciais para um avanço mínimo como a idoneidade na política ou a violação dos direitos trabalhistas e humanos são praticamente deixadas às favas por atender aos interesses dos mesmos “pilares morais” que criticam um vestido ou uma personagem de quadrinhos.
“A revista Tina é uma nova publicação dirigida a um público adulto jovem. Não tem nada a ver com a Turma da Mônica ou o público infantil ou infanto-juvenil (Turma da Mônica Jovem). E a história que está provocando celeuma deve ser lida e interpretada pelo leitor. Lida a história, feita a interpretação, daí sim, comentários e criticas poderiam ajudar para falarmos a língua de uma sociedade esclarecida. Lembrando que publicações dirigidas a faixas de idade diferenciadas podem e devem tratar qualquer assunto de maneira adequada ao seu leitor. Na TV, no cinema, nas revistas das bancas, há a separação por faixa de idade. Por que não haveria na nossa vasta galeria de publicações? Mas uma coisa vai se manter em TODAS as nossas produções: o respeito pelo ser humano. Pela pessoa. E a elegância no trato de qualquer tema”
Vale lembrar que Maurício não mais escreve ou desenha as histórias, mas é supervisor de todas elas. Entretanto, muito me estranha sua nota ter como cerne a justificativa da divisão etária. Como se a homossexualidade fosse imoral aos olhos dos mais novos.
Os "ilustrados" da sociedade brasileira, em episódios como este, ou como a da estudante expulsa por utilizar um vestido curto mostra uma crise de falso moralismo não visto há tempos. Como um amigo me disse, Nelson Rodrigues deve estar se contorcendo em gargalhadas dentro do caixão. Já quesitos muito mais cruciais para um avanço mínimo como a idoneidade na política ou a violação dos direitos trabalhistas e humanos são praticamente deixadas às favas por atender aos interesses dos mesmos “pilares morais” que criticam um vestido ou uma personagem de quadrinhos.
Por curiosidade, tivemos o primeiro beijo gay dos quadrinhos neste ano, no exempl ar 45 da revista da Marvel Comics. No quadrinho abaixo Rictor, ao salvar Shatterstar, acalma o amigo “Sim, sou eu cara. Está tudo bem. Não interessa o que aconteceu. Vai ficar tudo bem”.